Nos últimos meses, as ações e discursos de Donald Trump têm reverberado com intensidade em diversos setores da economia global.
Suas políticas de protecionismo comercial, tensões geopolíticas e desregulamentação econômica têm efeitos profundos em setores estratégicos, incluindo tecnologia, IoT (Internet das Coisas), IA (Inteligência Artificial) e cidades inteligentes, e voltam a gerar incertezas e tensões nos mercados internacionais.
Este artigo propõe uma análise estratégica sobre, “como esse cenário afeta diretamente os negócios relacionados a cidades inteligentes, à Internet das Coisas (IoT) e à Inteligência Artificial (IA)?”
Exploraremos tanto os impactos negativos quanto as possíveis oportunidades, traçando uma visão crítica sobre o presente e as projeções para o futuro. Temos que estar bem-antenados sobre:
· Como as guerras comerciais afetam a cadeia de suprimentos de tecnologia.
· O impacto em investimentos em cidades inteligentes e IoT.
· Oportunidades emergentes em meio ao caos geopolítico.
· Panorama futuro: Estamos caminhando para um colapso sistêmico ou uma reorganização estratégica?
A nova onda de nacionalismo econômico
A retórica de Trump, centrada na defesa dos interesses americanos, traz consigo políticas de fechamento de mercado, imposição de tarifas, revisão de acordos multilaterais e incentivo à produção interna.
Isso impacta diretamente cadeias globais de fornecimento, investimentos em tecnologia e a cooperação internacional, pilares fundamentais para o desenvolvimento de cidades inteligentes e infraestrutura digital conectada.
Linha do tempo das medidas tarifarias
Visualização das principais datas e mudanças nas tarifas impostas entre 2024 e 2025, destacando os momentos de maior impacto nas relações comerciais internacionais. (Novembro de 2024 a Abril de 2025). Fonte G1
Novembro de 2024: Trump é eleito presidente com discurso de aumento tarifário.
20 de janeiro de 2025: Trump toma posse e promete tarifas de 25% ao Canadá e México.
26 de janeiro de 2025: Ameaça tarifar a Colômbia, que responde e depois recua. Conflito é encerrado.
1º de fevereiro de 2025: Ordens executivas impõem:
- 10% sobre China;
- 25% sobre México e Canadá.
3 de fevereiro de 2025: Trump suspende por 30 dias as tarifas ao Canadá e México.
4 de fevereiro de 2025: Tarifas de 10% à China entram em vigor; China retalia no mesmo dia.
10 de fevereiro de 2025: Anúncio de tarifas de 25% sobre aço e alumínio.
13 de fevereiro de 2025: Política de tarifas recíprocas é anunciada.
25 de fevereiro de 2025: Avaliação de tarifas sobre cobre por segurança nacional.
1º de março de 2025: Avaliação sobre tarifas de madeira serrada.
4 de março de 2025: Tarifas entram em vigor: 25% sobre México e Canadá; 20% sobre China.
5–6 de março de 2025: Concessões temporárias a montadoras; suspensão parcial para México e Canadá.
9 de março de 2025: Trump admite possível recessão transitória. Mercado global reage com aversão ao risco.
2 de abril de 2025: Anúncio do “Dia da Libertação”:
- Tarifa universal de 10% (exceto México e Canadá);
- Tarifas adicionais para 57 países (até 50%);
- 25% sobre automóveis importados.
4 de abril de 2025: China anuncia tarifas de 34% sobre importações dos EUA.
7 de abril de 2025: Trump ameaça mais tarifas à China se não recuar.
9 de abril de 2025: China impõe 84% de tarifas; Trump reage com 125%. Casa Branca ajusta para 145% efetivo.
11 de abril de 2025: China eleva tarifas a 125%, com vigência em 12 de abril.
Oportunidades e impactos diretos e indiretos
Regionalização de Tecnologias
O protecionismo pode estimular a criação de ecossistemas tecnológicos mais autônomos, acelerando o desenvolvimento de plataformas locais de IA, redes de sensores e inteligência urbana.
Cidades podem buscar fornecedores alternativos (Europa, Coreia do Sul).
Inovação em Ambientes de Incerteza
Ambientes voláteis favorecem empresas resilientes e adaptáveis, startups de IA e IoT focadas em resolver problemas locais ganham protagonismo.
Segurança Cibernética e Privacidade
O aumento das tensões geopolíticas impulsiona a demanda por soluções robustas de cibersegurança e rastreabilidade de dados, áreas altamente estratégicas para cidades inteligentes.
Avanço em criptografia e blockchain para proteger dados urbanos.
Parcerias público-privadas (PPPs) mais robustas, já que governos buscam alternativas e resiliência.
IoT e Cidades Inteligentes
A interrupção nas cadeias de suprimentos, especialmente de semicondutores e componentes eletrônicos, afeta projetos de modernização urbana e cidades inteligentes, que dependem de sensores, gateways e conectividade massiva.
IA e Proteção de dados
A tensão geopolítica entre EUA e China, alimentada por Trump, reacende o debate sobre soberania tecnológica e uso ético da IA.
Países emergentes, especialmente da América Latina, podem ser forçados a escolher lados, afetando parcerias estratégicas.
Insegurança jurídica e regulamentar
Mudanças abruptas nas relações internacionais geram instabilidade para empresas que operam em múltiplos países com projetos de transformação digital em andamento.
Redução de Investimentos em Energia Limpa
Trump é cético em relação a acordos climáticos (ex.: saída do Acordo de Paris em 2017).
Isso pode desacelerar investimentos em smart grids e mobilidade elétrica, essenciais para cidades sustentáveis.
Reações e ajustes das corporações globais
Empresas de tecnologia e inovação tendem a buscar estratégias de descentralização da produção, nearshoring (iniciativa de aproximar seus negócios, produção e parceiros, para próximo de sua matriz), diversificação de fornecedores e investimento em hubs locais de inovação.
Esse movimento pode criar oportunidades para países como o Brasil se posicionarem como polos regionais em soluções de IoT e IA.
Exemplos práticos de impacto nas empresas e governos
Huawei, TikTok, BYD, empresas chinesas e a exclusão de projetos 5G A exclusão da Huawei de projetos 5G nos EUA e Europa gerou atrasos significativos em implantações de redes inteligentes, além de aumentar custos para empresas que tiveram que substituir fornecedores.
Startup brasileira de sensores IoT Empresas brasileiras enfrentaram dificuldades na importação de microcontroladores e conectores devido a barreiras tarifárias, atrasando projetos de IoT em municípios no interior do país.
Municípios que apostaram em IA com tecnologia americana Municípios que implementaram soluções de inteligência artificial baseadas em serviços de nuvem dos EUA enfrentam incertezas devido às políticas comerciais voláteis.
Mudanças nas relações internacionais podem levar a restrições no acesso a essas tecnologias, comprometendo serviços públicos que dependem dessas soluções.
Perspectiva de investimentos e receitas em IA e IoT
Investimentos em Inteligência Artificial
O mercado global de IA foi avaliado em US$ 233,46 bilhões em 2024 e projeta-se que cresça para US$ 294,16 bilhões em 2025, alcançando US$ 1,77 trilhão até 2032, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 29,2%. Fortune Business Insights
As principais empresas de tecnologia, como Amazon, Microsoft, Google e Meta, planejam investir juntas mais de US$ 320 bilhões em IA em 2025, destacando a importância estratégica dessa tecnologia.
Receitas globais de IoT
As receitas globais de IoT deverão alcançar US$ 1,05 bilhão em 2025, representando um incremento de 11,8% em relação a 2024. Forbes Portugal
Embora os dados específicos sobre os investimentos em IoT para 2024 e 2025 sejam menos detalhados, estima-se que o número de dispositivos IoT conectados ultrapasse 25 bilhões em 2025, indicando um crescimento significativo na adoção dessa tecnologia. Forbes
A integração da IoT com big data e IA está impulsionando investimentos em áreas como agricultura de precisão, saúde e manufatura, embora os valores exatos de investimento não estejam claramente definidos nas fontes disponíveis.
Impacto das tarifas nos principais setores tecnológicos
Setor de Tecnologia
Semicondutores: Empresas como Nvidia e AMD enfrentam perdas significativas devido às restrições de exportação para a China.
Impacto Global
China: Em resposta às tarifas dos EUA, a China impôs tarifas de até 125% sobre produtos americanos e suspendeu a exportação de minerais críticos, afetando setores como automotivo e aeroespacial.
Europa e Ásia: Países como Alemanha, Japão e Coreia do Sul estão enfrentando interrupções nas cadeias de suprimentos e aumento nos custos de produção devido às tarifas.
Resumo
Para onde estamos indo?
O cenário global caminha sobre uma linha tênue entre a evolução digital descentralizada e o risco de fragmentação tecnológica e geopolítica.
Se por um lado há risco de retrocessos na colaboração internacional, por outro abre-se espaço para novos protagonistas e arranjos regionais.
Panorama Futuro, caos ou reorganização mundial?
Pior Cenário: Fragmentação Tecnológica
- Mundo dividido em blocos (EUA vs. China) com padrões incompatíveis de IoT e 5G.
- Cidades inteligentes ficam mais caras e lentas devido a disputas de supply chain.
- IA é “armamentizada”, aumentando riscos de “ciberguerra”.
Melhor Cenário: Reequilíbrio e Inovação Adaptativa
- Novos hubs tecnológicos surgem (Índia, Brasil, África do Sul) para reduzir dependência da China.
- Cidades adotam modelos mais diversos e resilientes, com mix de fornecedores globais.
- IA é regulada de forma colaborativa, evitando monopólios perigosos.
Nosso futuro será mais volátil e desconfiado, mas não necessariamente pior!
As políticas americanas atuais criam turbulência, mas também aceleram mudanças inevitáveis:
Tecnologia terá de se adaptar a um mundo multipolar, mais fragmentado.
Rearranjo Geopolítico.
Cidades inteligentes precisarão de maior autonomia estratégica.
IA e IoT enfrentarão novos desafios éticos e de segurança, forçando o debate e novas orientações.
A grande questão não é se os EUA ganham ou perdem, mas como governos, empresas e cidades se preparam para um futuro mais fragmentado e potencialmente mais diversificado.
O impacto das ações recentes do novo governo americano vai além da política, afetando diretamente as estratégias corporativas, nos investimentos globais em tecnologia e nas decisões de planejamento urbano e infraestrutura digital.
Temos que ter paciência e aguardar essa avalanche de ações radicais na economia e no humor global, pois a tecnologia das cidades inteligentes, IoT e IA estão no centro de toda turbulência.
Cabe aos líderes e inovadores muita lucidez para interpretarem esse momento com positividade, adaptabilidade e visão estratégica para transformar crise em oportunidade e garantir um futuro mais conectado, ético e resiliente, tudo uma questão de tempo.
De qualquer forma, investir em IA e IoT é um passo crucial para as empresas que desejam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico, qualquer que seja o cenário, empresas usuárias dessas tecnologias em seus processos e atividades, não apenas aumentam sua eficiência, segurança e controle, mas também ganham um diferencial competitivo.
O futuro é promissor, e a integração da tecnologia nas operações diárias será fundamental para alcançar novos patamares de excelência.
Transforme sua empresa hoje. O futuro é inteligente!
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